domingo, 14 de agosto de 2016

As Diversas Formas de Amar o Amor

Hoje comemoramos o dia dos pais, e eu não poderia deixar de falar sobre, principalmente tratando-se do MEU PAI!

Sempre penso no grande amor de meu pai, e consequentemente de minha mãe, e nesse misto de sentimento escrevo; e, hoje os homenageio em lembranças...

O que descrevo hoje à vocês, queridos amigos, leitores, anônimos deste blog, é algo que se sente quando o coração transborda; acredito ser uma leitura para pessoas que se sensibilizam pela dor, pela saudade, pelos maus entendimentos; mas, muito mais que isso, essa é uma leitura para àqueles que acreditam no poder do amor, na união, na felicidade, na dificuldade, e sempre, na esperança. Se você não está preparado para isso, agradeço a sua participação até aqui... E FAÇA um Feliz Dia dos Pais... CELEBRE A FAMÍLIA!

   Meu pai sempre me amou...
   Me amou quando deixava eu o maquiar (sim, ele passou por isso, e aprendi a maquiar testando nele (risos)), me deixava pintar suas unhas, arrumar o cabelo e tudo mais.
   Me amava quando "brigava" comigo para me ensinar a dirigir e eu não queria. “Perdão Veio, sua filhinha não nasceu para essa função” (risos). Me amou todas as vezes em que preferia ir para fazenda com ele do que ficar com a minha mãe; me amou quando me permitia montar em um dos cavalos mais bravos que havia na fazenda “cacique”, e eu... me sentia uma verdadeira pessoa adulta (risos).


 Me amou orgulhosamente quando eu escrevi pela primeira vez o nome do carro “FIAT”, (lembro-me como se fosse ontem, nós no sofá, eu sentada em seu colo, riscando uns papeis, e de repente te mostro escrito FIAT, você mais do que depressa pegou o papel e foi mostrar para minha mãe, como se fosse a maior conquista daquele dia. “Talvez para vocês não tenham sido nada a mais do que “ela está aprendendo a escrever”, mas a atitude de amar o que eu estava fazendo, me fez entender que eu posso ser amada de diversas formas em seus mais variados sentidos”. 


Minha mãe também me amou, não da mesma forma, ou com maior ou menor intensidade; mas sim, de uma MANEIRA ÚNICA!!!

Ela me amou desde os meus primeiros minutos, a cada chute em sua barriga ela me amou.
Ela me amou em cada peça de louça que ela tanto estimava, e que ia para o chão em segundos perto de mim (risos).
Me amou pacientemente por cada vez em que fiz xixi na calcinha na "escolinha".
Me amou em cada vez que eu "mordia" a amiguinha da escolinha, que por sinal era a minha MELHOR amiga (risos).
Ela me amou absurdamente em horas de espera para cada apresentação da escolinha; e perseverou me amando durante as apresentações, no qual meus pés nem se quer alcançavam o chão de tão pequenina que eu era, além de não saber cantar as musiquinhas; “mas, como sempre fui participativa, dava um jeito, aprendia o final das frases das musiquinhas que sempre terminavam em "AR", o que ajudava muitooooooooooo, confesso!!! (Risos).

                                                              
"É tão bom sair correndo respirando o puroAR,  
Saltitando no gramado ou no parque a pulAR, 
Na verdade tudo é lindo entre o céu e o mAR,  
Se Deus fez esse mundo por muito me amAR. 
Fico olhando a plantinha e começo a pensAR,  
Como pode a sementinha germinar e brotAR?  
Não duvide um segundo da existência de Deus,  

Olhe bem a natureza ela quer lhe provAR..."



Meus pais me amaram em cada concurso de beleza que participei, torceram, ficaram felizes, orgulhosos quando eu ganhava e, bravos quando eu perdia (risos). "Lembro do MISS PARANÁ 2010, quando pisei no palco, a primeira "coisa" que eu vi naquele imenso teatro todo escuro, foi a ponta do paletó do meu pai que se estendia em minha direção, nesse momento ele me amou de uma maneira que os anos não poderão apagar”.

E com os anos que se passam... agente cresce, e vamos concluindo ciclos para que uma nova fase possa se iniciar... assim, a etapa "moro com os papais" se fechou, e com ele veio o amor, não maior, mas APRENDIDO sempre nos detalhes onde fazem toda a diferença.



Talvez muita gente não saiba, mas eu já tenho uma vida "fora de casa" há 10 anos, e moro sozinha há 8. Em todos esses anos cresci de uma maneira única. Na verdade, acho incrível pais que entendem a necessidade de "por seus filhos para fora de casa cedo”, por mais que doa, é importantíssimo para o desenvolvimento desses jovens. (Nesse ponto, confesso que admiro muito os americanos, pois assim que seus jovens completam 18 anos, todos já sabem que é “hora” de arrumar as malas, sair de casa, fazer faculdade e de "se bancar"). 

Sair de casa tão nova foi uma experiência indescritível, aliás eu sempre digo: "Todo mundo precisava ter a experiência de morar sozinho uma vez na vida, pelo menos". É enriquecedor, você aprende a dar valor a coisas que na casa dos seus pais você nem se daria conta. Você aprende administrar uma casa, e mesmo seu pai tendo ou não maiores condições financeiras, em algum momento você aprende a planejar se não todos, algum tipo de gasto que você tenha; e, sem perceber... essas pequenas coisas vão te preparando para coisas muito maiores, como por exemplo: a VIDA! E isso é bem sério e verdadeiro. PAIS, reparem mais nos seus filhos quando eles voltam de férias para suas respectivas casas, ELES ESTÃO MUDADOS, podem acreditar: estão mais falantes, mais quietos, mais agitados, mais calmos, falam mais palavrões, não podem nem ouvir alguém dizer algum palavrão, estão mais respeitosos, menos respeitosos, mais carentes, mais altruístas, mais humanos, mais carinhosos, mais inteligentes, mais “crescidinhos”, é,
caros papais e mamães, eles mudaram! Certamente que alguns mudam para melhor e muitos outros para pior, mas não se preocupem... pouco do que eles irão conviver fora de casa (costumes, ideologias, moral, ética) serão apagadas de suas mentes brilhantes. Se eles tiveram uma excelente estrutura familiar, ainda que no meio do caminho possam ser atingidos por algo que não faz parte do regulamento de sua família de origem, isso o atormentará internamente, e a probabilidade de se arrepender e voltar a ser um filho exemplo, é muito maior do que o contrário. Portanto, Senhores Pais e Mães, invistam em seus filhos, não tenham preguiça para ensinar sobre o que é correto e o que não é, e o porquê de cada coisa. Depois? Só espero os frutos...


Chegar em casa e não ter comida pronta, e depender dos seus dotes culinários não é fácil, e esperar os mais longos 50 minutos de sua vida na entrega de um restaurante também não é fácil (FAIL dotes culinários, risos). Estragar o chuveiro (principalmente no frio) ou queimar alguma lâmpada da casa e não ter quem trocar naquele momento, e se ver “obrigada” a depender de um estranho para tal função, é frustrante (pelo menos para mim sempre foi. Mas, de grande amadurecimento). Gritar a quem pela toalha quando se esquece dela no banho? Contar a quem sobre seu dia ou não contar, simplesmente dar um beijo e um abraço significando seu dia ?!?
Entretanto, a paz de espírito de chegar em casa e se ver sozinha, te traz a liberdade que o meu eu sempre procurou, e acredito que vários "eu" por aí também andam à procura de tal encontro.

Porém, diante de todo esse enriquecimento e crescimento pessoal, as experiências vivenciadas, vem o
choro, a saudade... E, aí você começa a entender que existem diversas formas de amar. 
Meus pais me amaram muito desde o dia em que com muita dor no coração me deixaram partir de casa para estudar na cidade vizinha, correndo riscos na estrada todos os dias, e outros "perigos", que na situação, eles não pudessem me acolher e proteger.
Me amaram ainda muito mais, quando chegou o momento da decisão de me deixar morar sozinha em uma outra cidade, um pouco ainda mais longe, para estudar. Uma cidade muito maior compara com a que eu morava, onde eu estaria longe pelo menos durante toda a semana. Muito eles me esconderam, mas eu sei que se não nos olhos, no coração, todos os dias uma lágrima era derramada por eles pela falta de "me ter". 
Meu pai me amou muito durante todo um ano (o primeiro ano morando fora de casa), me buscando TODOS os finais de semana. 
Me amava, a cada domingo em que chegava para me trazer de volta às 02:00 da manhã e virava as costas e voltava embora, pois, no outro dia bem cedo teria seus compromissos. 
No início, onde eu morava, não havia elevador, meu pai meu amava a cada final de semana que me buscava, e com um sorriso enorme no rosto sempre, "carregava" minhas mil e uma malas (quem me conhece sabe que eu sou a "Rainha das malas", risos). Ele NUNCA reclamou, sempre com a maior boa vontade colocava tudo dentro do carro e o arrumava da melhor maneira, para que eu viajasse o mais confortável possível.
Minha mãe me amou todas as vezes em que liguei chorando por nada, só precisava dela. Ela me amava, largava TUDO e ficava o tempo que fosse preciso comigo. Não tinha nada demais, às vezes, era só para contar como minhas amigas "novas" do cursinho eram legais, e comer uma pizza (muitas vezes ela brincava: "acho que era fome" - risos).

Mas, eles me amaram MUITO, MUITO mais, quando passei no tão sonhado curso “MEDICINA”, em uma faculdade particular, e não exigiram NUNCA que eu passasse em uma faculdade pública (claro, seria mais fácil passar em uma faculdade pública, pois, por menor que seja sempre há gastos. Entretanto, nunca impuseram isso durante meus estudos, o que de fato, ajudou muito).
Eles continuaram me amando quando chegou a hora de "montar" a "minha casa"; mais uma vez eles não me contaram, mas eu sei o quanto eles devem ter chorado dentro do meu quarto vazio em casa, vendo que não havia mais meu naquele lugar; talvez o meu cheiro na blusa da minha mãe que eu havia usado, mas nada mais meu havia ali. E, eles me amaram; Porque doeu. Doeu, doía e dói em mim olhar para o quarto que não é mais meu. Me amaram tanto a ponto de não demonstrar essa mesma dor que eu sentia, senti e sinto. Não interprete como: ela quer o quarto de volta (risos), jamais. Mas, entendam como: 
“Eles me amaram em ter tal atitude”.

Meu pai me amou em cada madrugada, 02:00, 03:00, 04:00 da manhã, eu simplesmente precisava dele. Me amou em cada lágrima que derramei ao telefone, e em
pouquíssimo tempo estava lá comigo, muitas vezes só para me abraçar (e talvez era só isso mesmo que eu precisava no momento). Em outros momentos, me amou, só para me "tirar de dentro de casa" e levar para "dar uma volta na cidade" (minha mãe brincava: "acho que era vontade de andar de carro", risos). Mas era o meu momento com ele. E, ele simplesmente me amou.
Eles me amaram muito, muito, muito mais quando situações se complicaram e eu entrava em "crise" por causa de uma prova, e mais uma vez estavam eles estavam lá, na madrugada, às vezes sem dizer nada só me amando, outras vezes só me apoiando, mas NUNCA falando que eu era incapaz ou que o problema estava em mim ou qualquer outra coisa que me desanimasse. Posso dizer que SEMPRE fiz o que EU QUIS, não porque "fui mimada", mas porque eles SEMPRE me APOIARAM em TUDO o que eu QUIS FAZER.

Em 2016 eles resolveram me amar muito mais, talvez em uma prova de “ferro e fogo”, quem sabe?! Sim, eles me amaram mais ainda quando resolvi trocar de faculdade, de casa, de vida e morar quase 1000 km longe de tudo e de todos. Ahhhh, meus amigos e caros leitores, como eles me amaram e continuam me amando.
A idade passa, mas eles ainda perguntam, já comeu, tá frio, calor, se cuida, tá precisando de alguma coisa, foi ao mercado, qualquer coisa liga, tem algo que você gostaria de falar com o “papaizinho”, pode falar... me orgulho pela sua garra de querer ser uma médica, mas se você quisesse ser qualquer outra coisa, eu te amaria da mesma maneira, e você seria a minha filhinha sempre.

Talvez eu nunca entenda de fato o que é o amor, por ser tão complexo e ter suas mais diversas formas de acontecer. Mas, de uma coisa eu sei, eles me amam, e mesmo eu sendo tão orgulhosa (quando o assunto é sentimento), sendo como sou, tento a minha maneira amá-los pelo menos 1% da maneira que eles me amam. 
E por que falei tanto sobre tantas coisas? Porque a vida passa, e devemos desconstruir a imagem que as pessoas/famílias são tão diferentes de nós, todos temos nossas dores e felicidades, e é assim que tem que ser. 

"É o ciclo da vida, cheio de fases ... e, acredito que a fase mais linda é àquela em que se aprende a amar o amor".


FELIZ DIA DOS PAIS, VEIO 





Com muito amor, sempre .. Lu, àquela de Ana, sabe?! Beijinhos.

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